individualidades

domingo, agosto 27, 2006

"todo um momento"

Sentei-me muitas vezes naquele lancil à noite, olhei à volta para ver o apocalipse e as pessoas a rir enquanto as consumia. Em flash pensava em tudo, pensava em mim e pensava em ti, pensava em ti também e em ti…
Nunca me senti muito confortável ali, mas éramos cúmplices em almas nuas de julgamentos, permanecerás sempre imóvel, de ar desgastado, verás sempre a vida passar, verás discussões e amores, verás entregas proibidas… eu não, eu só vejo o que quero, de modo geral… mas ali sentada vejo tudo, é a mancha do sangue no branco… fica tudo mais claro… mais claro do que gostaria.
Acho que não volto a ver-te… não me importo.


Ana

terça-feira, agosto 08, 2006

ser

Penso ás vezes nas analogias da vida, com que alegorias me nomeava...
Ás vezes penso muito nisso, afinal somos tudo fabricações e é tão mais fácil quando a identificação vem em doses industriais...
Seria uma embarcação, uma nau, acho eu, talvez um daqueles possantes e imperiosos com mais de 65 pés, nas ditas de marinheiro...mas à face de um bote, seria tão pobre de força... acho que seria daqueles que sucumbiria numa tempestade, desde que o vento soprasse tão forte quanto a ondulação. Pensando bem... seria um veleiro, que emergisse das brumas com o vento de feição e as velas bem alto. Sim um veleiro.
Sempre de trato, cuidados e obséquios.
Acho que a minha vida tem muito disso. As minhas certezas serão as feridas com suturas, afirmo-me sempre com aquilo que aprendo, os estilhaços fazem parte de mim... no fundo a perfeição não existe, ainda que à medida que me afaste dela traga o sabor do sal ou o sabor do insonso... se é que existe... .
As marés trazem sempre muita coisa à tona da água.


Ana