Arde-me o estômago. Por dentro, por fora. A dor é apenas um reflexo, condicionado pelas incondições do presente. Deixo-me ir, digo que gosto – mas não gosto. Tenho paixão por quem não devo, mau... – é tentação… eu sei, não é bonito, mas é preciso. Faço de tudo para não sentir. Ouvir uma voz de ecos. Faço de tudo, até crio utopias, provoco situações. Seduzo. É tão mau ter o poder de saber, não que saiba muito, mas o suficiente para fazer doer. Há uns tempos que não quero ser feliz, para falar a verdade não quero ser de todo. “de todo” risos! Esqueço-me de celebrar as datas, “celebrar”… passou um mês, passaram dois, uma semana, três anos… é triste pensar que apenas significam o que já não sou, celebrar uma realidade… uma infância. Não quero escrever, usar aquelas oratórias claras, adjectivos duros. Não pego no papel, arrasto a caneta – cansativo – vou só tocando palavras com o pensamento. Há uns meses não fazia ideia que isto me podia acontecer, ter a responsabilidade de viver e fazer viver, uma vida que não quero… sem mim. Oh sem ti, infinitamente sem ti – e continuo sem querer escrever…
uma ode, aos que nao se moldam à banalidade, aos que se elevam em risos e intimidades, aos que sabem tao bem "how from simple things, the best things begin", aos que sabem que a vida é "just like heaven"...
uma ode a nós!