individualidades

domingo, maio 21, 2006

o meu Verão

Os meus Verões sempre foram programados, o dia, a hora, as pessoas…tudo era programado, n havia falhas, nem dissabores, era tudo traduzido em calendários. Até o sítio estava calendarizado para lá aparecer na data prevista. Aquela casa…de memórias.
Aquela casa é um livro, que nos escreveu enquanto nos viu crescer, seguir rumos, partir cadeiras, partir garrafas, partir corações, é naquelas paredes que vemos tanto acontecer…ela tem os nossos nomes escritos em todo o lado…nem mesmo quando foi abaixo e só lá ficou pó, deixou de escrever...acabaram-se as folhas…acabou-se o livro e escreveu-se no chão no pó que restava dela para o vento levar.
E o vento levou as últimas páginas que lá se escreveram…a casa já não era a mesma, as pessoas já não eram as mesmas, ou escondiam-se por trás de portas de vidro.
A casa não é a mesma mas o Verão continua a existir, ele bate-nos a porta todas as vezes que vamos a uma loja e olhamos para aquela t-shirt de cor apaneleirada, ou aquele biquini... horrível… mas que ficaria tão bem com a pele morena…ou aqueles gelados a meio do dia...aquele cheiro a mar que nos levanta as saias brancas que inutilmente continuamos a levar apenas porque é gira e porque queremos muito que venha, o Verão .Ele não deixou não se filtrou em estações precipitosas como tal, como é que sugiro que face a falta de casa, e de memórias que se procurem por lá perpetuar, seja o meu Verão?Fala-se em viagens, em campismo, em loucuras, em praias desertas em noites de branco (as), em desconhecidos que se tornam amigos, em amigos que se tornam mais que isso, em pedaços de vidas…fala-se em livros com as páginas virgens.O meu Verão passa por ai, porque passa essencialmente por quem quero que o escreva comigo, e o que eu quero é alguém a meu lado, os meus melhores amigos, o telefonema da minha mãe, preocupada com o sol, com as correrias, com os acidentes que ela tão ciclicamente faz questão de lembrar que existem…quero ir a praia com eles, enterrar os pés na areia porque esta demasiado quente para percorrer, quero mergulhar na água e fazer uma corrida. Rebolar-me na areia com alguém, sentar-me debaixo do chapéu e esperar que na praia eu volte a encontrar os contornos que também ela encontra quando o sol lhe beija a paisagem. Quero tanto.Quero aquele bar, sim “aquele bar”…onde as pessoas se apaixonam, se arreliam, se definem e se decidem a amar a vida. Quero aquele sono lento depois de um copo, no colo de alguém que me quer, a cara quente de um dia, os ombros cansados da mochila, um cabelo loiro, um olhar brilhante, quero o meu VerãoE adoro não saber como vai ser, a minha estancia, adoro não saber com quem vou passa-la (calma, calma), adoro não saber se é para aquela praia que vou ou se é aquele caminho que vou percorrer, adoro, que ainda seja Primavera, e o Verão apenas tenha dado pistas da sua existência…Espero por ti daqui a um mês. Até lá aguarda.

Ana

1 Comments:

Anonymous Anónimo said...

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3:03 da tarde  

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