individualidades

quinta-feira, setembro 21, 2006

"aconselho-me" a alguém!*

Hoje não escrevo para ninguém, escrevo para mim.
Sempre vivi este blog como um diário, onde as confissões não são tão descobertas como aqueles que fechamos com chaves, mas antes o diário de memórias irrepreensíveis, mas ainda assim, passíveis de servirem para protestos de outros bloguistas.

Escrever sempre me levou longe, não pelas palavras mais ou menos cuidadosas, ou pela sua sonância e concordância perfeita, antes porque de maneira mais erudita transpõem para uma “folha” o que somos, ou pelo menos uma parte de nós.
Tenho levado muito tempo a encontrar-me, as pernas já me cansam. Sou para mim mesma um mistério, daqueles envoltos em premissas poéticas. Faço-me crer em muita coisa, muita da qual sou fiel inequivocamente, outra um projecto. Não me envergonho disso, como o meu pai diz, com tanta razão “temos o dever moral de sermos melhor”, e sim eu tenho esse dever, para com todos os que gostam de mim. Acho que já é saudável saber que existem coisas que gostaria de ser, boas na sua generalidade, é um sumário de vida, que intento parafrasear ao longo dos meus dias.
Dito-me boa pessoa, não me engano nisso, acho que sou mesmo! À parte de uns lapsos momentâneos de sanidade, sou uma pessoa sem visões turvas da realidade, daquilo que se deve ser, daquilo que se pode ser. Não sou perfeita, não porque como a máxima diz ninguém o é, mas porque tenho os meus defeitos, mas são também eles que fazem de mim alguém diferente ou especial (sem aspas) como costumam dizer. Não quero ser especial, quero ser eu mesma, a viver da minha maneira, com um sorriso pouco depressivo, com uma solidão mal dada pelos amigos, por um amor bem sofrido e com um passado bem tido. Consigo ser a pior, mas também sei que consigo ser a melhor, à parte a minha falta de humildade, mas faltaram-me as palavras que o negassem… (ainda agora esbocei um sorriso de tamanha parvoíce, mas saber que a tenho, não é também uma qualidade? Outro!)
Sofri e sofro os meus bocados mas posso dizer que fui genuinamente feliz… durante muito tempo… há coisas que passam, outras que ficam… umas que nos fazem chorar desconsoladamente, parecendo ser o fim do mundo, mas nem sempre o são. Porque a minha tendência natural não é para chorar é para rir. Vou sempre rir, de mim, dos outros e das situações. Vou ser “deliriously happy and dance like a dervish” porque foi o que a vida reservou para alguém como eu, e ainda bem.

* O titulo, peço desculpa…mas pareceu-me muito apropriado, plagiado de alguém que me é muito querido.

Ana