individualidades

quarta-feira, abril 23, 2008

24

Hoje pode ser só um dia, um de 30, mas é o meu! Vinte e quatro horas de vinte e quatro anos. Todas vividas por insónia.

Um ano por tristeza,
Por ter morrido criança, por ter nascido pessoa e essa nem sempre, a boa.
Um ano por esperança,
Um sorriso imaculado, o detalhe de umas mãos trémulas na imperfeição.
Um ano por fraqueza,
Onde os sentimentos toldam o discurso de mentes decididas.
Um ano pela riqueza,
De espírito, de memórias, de amizades, de comunhão com os mais perfeitos que encontrarei na minha vida.
Um ano pela arte,
De uma lágrima a encontrar o sabor doce, desenhar os contornos de um corpo em repouso, descobrir nele o sentido da hora.
Um ano pelo despertar,
Um rumo, um contraste, uma afirmação.
Um ano pelo amor,
Amar só por amar, abraçar só por querer. Duas ideias um tecido a envolver.
Um ano pelo temor,
De uma realidade conspurcada, uma esperança demovida pelo autor.
Um ano pela aliança,
Num passo decidido e de mãos dadas com a mudança.
Um ano pela afirmação,
De um dom, de uma profissão, de uma inocência que insiste em manter.
Um ano pela alegria,
De rir, rir até o corpo doer. Contagiar e motivar o esforço, de uma vivência imaginada.
Um ano pela surpresa,
Pela mão de uma amiga, a vontade mais desejada.
Um ano pela paixão,
De uma t-shirt branca num fundo negro. Uma dor na barriga, o erubescer da alma.
Um ano pela recordação,
A mesma pergunta, o mesmo impasse, o mesmo cenário de uma tarde de verão.
Um ano pela tentação,
De um beijo, umas mãos enroladas, um corpo suado.
Um ano pela verdade,
De duas pessoas, pouco destinadas que se matam por obrigação.
Um ano pela sobrevivência,
Uma negação, uma mentira, um silencio, poucas vozes, um passo adiante.
Um ano pela saudade,
De um estar, de uma seriedade tímida, de um abraço de despedida como aquele que tiras.
Um ano pela solidão,
Comigo e com os meus pares, de ficção, amigos imaginários, relações irreais.
Um ano pela família,
Esses!
Um ano pelas revelações,
Numa távola redonda, embriagado o discurso a beber as palavras, a engolir o destino.
Um ano pela segurança,
De um desafio, de uma infanta numa cidade encontrada, de um ciclo de três anos que recomeça na pontualidade.
Um ano pela insegurança,
Que permite um grito, uma musica de acordes trocados, um beijo roubado, uma ideia na cabeça, um conflito estudado, uma sombra no passeio.
Um ano por mim,
Por servir em ti, por caberes em mim, numa madrugada clara, numa manha ensonada, numa tarde mergulhada, numa noite perdida, num começo incerto, num adeus moroso, 24... .

Ana

1 Comments:

Blogger AR said...

24 razões...24 justificações...24 desejos, medos, prazeres, segredos, verdades e meias-verdades. Tanta coisa a multiplicar por 24. Um top amarelo ou 24 fios de cabelo. 24 vezes parabéns!

12:51 da manhã  

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